Pílula Contracetiva - Método Diário

COMO PODEMOS AJUDAR?


Consulta médica

A pílula contracetiva

Contraceção diária



O que é?

A pílula é um método contracetivo hormonal que tem como objetivo prevenir uma gravidez. Existem dois tipos de pílulas:

  • Pílula combinada (composta por estrogénio e progesterona);

  • Pílula progestativa (composta por progesterona).

 

Como atuam?

A pílula é tomada diariamente sendo absorvida via gastrointestinal:

  • Impede a ovulação;

  • Torna o muco do colo do útero mais espesso, dificultando a entrada dos espermatozoides.

 

Pílula combinada

Como se utiliza?

Dependendo da sua composição/dosagem, o esquema de toma das pílulas combinadas mais comum, consiste na toma diária de um comprimido durante 21 dias consecutivos, seguidos de 7 dias de pausa. Os comprimidos devem ser tomados, idealmente, à mesma hora.

Por exemplo: Se a pílula combinada for iniciada a uma segunda-feira pelas 10h, deve ser tomada durante 21 dias seguidos sempre à mesma hora, sendo o último comprimido da cartela tomado a um domingo pelas 10h. Segue-se um intervalo de 7 dias consecutivos e é iniciada uma nova cartela (de 21 comprimidos) a uma segunda-feira pelas 10h.

Sendo um método de uso diário, para evitar esquecimentos, a toma da pilula pode ser associada a uma rotina diária que seja feita sensivelmente à mesma hora. 

Falhas e atrasos na toma da pílula combinada

Atraso de 1 comprido inferior a 24 horas: O comprimido em falta deverá ser tomado logo que possível e continuar a tomar a pílula como habitualmente, devendo o comprimido seguinte ser tomado à hora habitual. A eficácia contracetiva mantém-se.

Falha de 1 comprido: Se o comprimido em falta não for o 1º ou último comprimido da cartela, a eficácia contracetiva mantem-se. A toma da pílula deve ser continuada como habitualmente.

Falha de 2 ou mais comprimidos: Nesta situação a eficácia contracetiva da pílula fica comprometida:

  • Se as falhas na toma ocorrerem na primeira ou segunda semana (1º ao 14º comprimido), o último comprimido em falta deve ser tomado; se existiram relações sexuais sem a utilização de outro método contracetivo, poderá ser ponderado o recurso à contraceção de emergência e a utilização de um preservativo nos 7 dias seguintes; só voltas a ficar protegida pela pílula combinada ao fim de 7 tomas consecutivas.

  • Se as falhas ocorrerem na 3º semana (15º ao 21º comprimido), deverá ser terminada a embalagem e iniciada de imediato outra, sem fazer a pausa dos 7 dias; deve ser utilizado também o preservativo nos 7 dias seguintes, pois a proteção da pílula combinada apenas voltará a ter efeito ao fim de 7 tomas consecutivas.

 

Quais as vantagens da pílula contracetiva combinada?

  • Pode tornar as hemorragias regulares, menos abundantes e dolorosas;

  • Pode ser utilizada para o tratamento de outras condições, nomeadamente, excesso de pilosidades e acne.

 

Quais as desvantagens da pílula contracetiva combinada?

  • Requer uma toma diária, pelo que exige uma organização por parte da jovem;

  • Episódios de vómitos e/ou diarreias interferem com a sua eficácia, pois as hormonas da pílula são absorvidas pelo aparelho digestivo;

  • Podem surgir alguns efeitos secundários como dores de cabeça, tensão mamária e náuseas.

 

O que fazer em caso de vómitos?

Os episódios de vómitos só interferem com a eficácia da pílula combinada se ocorrerem menos de 4 horas relativamente à hora de toma da pílula. Neste caso deve ser tomado outro comprimido de uma embalagem suplente e continuar a toma como habitualmente. 

 

O que fazer em caso de diarreias?

Os episódios de diarreia só interferem com a eficácia da pílula combinada se ocorreram mais do que 4 horas relativamente à hora da toma, forem inequivocamente diarreias líquidas e persistentes (5 ou mais episódios num mesmo dia).

 

Pílula Progestativa

Como se utiliza?

No caso das pílulas progestativas, o esquema mais comum de toma é feito de forma contínua, sem ocorrer pausa entre cartelas. Os comprimidos devem ser tomados à mesma hora.

Falhas e atrasos na toma da pílula progestativa com desogestrel

Atraso de 1 comprimido inferior a 12 horas: deve ser tomado o comprimido em falta e continuar a tomar a pílula com habitualmente, tomando o seguinte comprido à hora habitual.

Falha de 1 comprimido: a eficácia da pílula fica comprometida. Deve ser tomado o comprido em falta assim que possível e prosseguir com a toma da cartela como habitual. Se existiram relações sexuais sem a utilização de outro método contracetivo, pode ser ponderado o recurso à contraceção de emergência e utilizar um preservativo nos 2 dias seguintes, pois só a proteção proporcionada pela pílula progestativa apenas acontecerá ao fim de 2 tomas consecutivas.

Quais as vantagens da pílula contracetiva progestativa?

  • Pode tornar as hemorragias escassas e inexistentes;

  • Pode ser utilizada durante a amamentação.

 

Quais as desvantagens da pílula contracetiva progestativa?

  • Requer uma toma diária, pelo que exige uma organização por parte da jovem;

  • Episódios de vómitos e/ou diarreias interferem com a sua eficácia, pois as hormonas da pílula são absorvidas pelo aparelho digestivo;

  • Podem surgir alguns efeitos secundários como dores de cabeça, tensão mamária e náuseas.

 

O que fazer em caso de vómitos?

Os episódios de vómitos só interferem com a eficácia da pílula progestativa se ocorrerem menos de 2 horas relativamente à hora de toma. Neste caso deves tomar outro comprimido e continuar a toma com habitualmente.

 

O que fazer em caso de diarreias?

Os episódios de diarreia só interferem com a eficácia da pílula progestativa se ocorreram mais do que 4 horas relativamente à hora da toma, forem inequivocamente diarreias líquidas e persistentes (5 ou mais episódios num mesmo dia). Neste caso deves tomar outro comprimido e continuar a toma com habitualmente.

pilula

A pílula é eficaz se for utilizada corretamente, ou seja, quando tomada sem falhas, episódios de vómitos e/ou diarreias prolongadas ou a toma de medicamentos que possam interferir com a eficácia contracetiva.

Caso existam questões adicionais poderá recorrer-se à Sexualidade em Linha – 800 222 003, do dispositivo do Programa Cuida-te + do IPDJ. 

A hemorragia que normalmente surge durante a pausa da pílula não é uma verdadeira menstruação, uma vez que a pílula inibe as ovulações, a pessoa jovem não menstrua. À hemorragia que surge durante a pausa, chamamos hemorragia de privação.

Esta perda de sangue habitualmente é regular, o que permite prever a ocorrência da hemorragia e também o planeamento de atividades. Para além disso, as perdas de sangue também são menos intensas e duram menos tempo do que uma menstruação.

No primeiro mês de toma, a eficácia da pílula combinada é garantida se for iniciada entre o primeiro e o quinto dia da menstruação. É possível começar a tomar a pílula noutra altura (sem ser nos primeiros cinco dias da menstruação) - designado método Quick Start - desde que seja excluída uma gravidez. No entanto, a proteção contracetiva não é imediata e são necessários 7 dias de toma correta e consecutiva para que ela seja eficaz. Se as relações sexuais acontecerem nesta altura deve ser utilizado um outro método contracetivo, como por exemplo, o preservativo. 

No primeiro mês a primeiro mês a eficácia da pílula é garantida se for iniciada entre o primeiro e o segundo dia da menstruação. É possível começar a tomar a pílula noutra altura (sem ser nos primeiros dois dias da menstruação) - designado método Quick Start - desde que excluída uma gravidez. No entanto, a proteção contracetiva não é imediata e são necessários 2 dias de toma correta e consecutiva para que ela seja eficaz. Se as relações sexuais acontecerem nesta altura deve ser utilizado um outro método contracetivo, como por exemplo, o preservativo. 

Para proteção das infeções sexualmente transmissíveis, deve ser utilizado também o preservativo.

A pílula contracetiva pode ser tomada por quase todas as mulheres em idade fértil, mas como qualquer outro medicamento deve ser aconselhada por um/a profissional de saúde. Existem vários tipos de pílula, com componentes e dosagens diferentes, umas mais adequadas do que outras ao organismo de cada mulher. Por todas estas razões é sempre importante consultar um/a profissional de saúde.

Em caso de toma de uma pílula combinada, ou seja, uma pílula composta por dois tipos de hormonas (estrogénio + progestativo) o procedimento é o seguinte:

Em caso de esquecimento da toma de um comprimido e se o atraso for inferior a 24 horas, aconselha-se a toma do comprimido assim que possível. O comprimido seguinte deverá ser tomado à hora habitual. Podendo coincidir a toma do comprimido esquecido e o do dia em simultâneo. Nesta situação, caso aconteçam relações sexuais, não é necessária a utilização de proteção adicional, nem de recorrer à contraceção de emergência, uma vez que a eficácia da pílula continua assegurada.

De acordo com o «Consenso sobre Contraceção 2020», a falha de um comprimido não compromete a eficácia da pílula, exceto se for o primeiro ou o último comprimido da embalagem, que faz com que exista um alargamento do intervalo de pausa o que poderá não evitar a ovulação.

Em caso de esquecimento superior a dois ou mais comprimidos, a situação pode comprometer a eficácia da pílula. 

Se os esquecimentos ocorrerem na primeira semana (do 1º ao 7º comprimido), a eficácia da pílula fica comprometida. Pode ser tomado o último comprimido esquecido e ter em atenção se existiram relações sexuais nos três dias anteriores. Se for o caso, aconselha-se recorrer à contraceção de emergência.

Caso seja necessário o uso de contraceção de emergência, as indicações dadas pelo/a técnico/a que fizer o aconselhamento devem ser seguidas atentamente. Existem diferentes contraceções de emergência no mercado que se regem por regras muito específicas, pelo que é importante saber como proceder em cada caso.

Para além disso, deve ser utilizada proteção adicional (preservativo) nos 7 dias seguintes (7 dias de toma de pílula consecutivos) e realizar um teste de gravidez à urina após a e semanas ou um teste ao sangue após 2 semanas.

Se os esquecimentos acontecerem na segunda semana (do 8.º ao 14.º comprimido),  a toma da embalagem deve prosseguir normalmente e usar proteção adicional nos 7 dias seguintes. Se tiver existido relações sexuais, a mulher deve ponderar a toma da contraceção de emergência.

Se os esquecimentos acontecerem na terceira semana (do 15.º ao 21.º comprimido) a embalagem deve ser terminada e iniciar outra sem fazer pausa, assim como usar contraceção adicional nos 7 dias seguintes.

Atenção: se a pílula combinada utilizada contém valerato de estradiol, devem ser seguidas as recomendações específicas descritas no folheto informativo.

Em caso de dúvidas, consultar um/a profissional de saúde ou ligar para a Sexualidade em Linha - 800 222 003, recurso do Programa Cuida-te +. 
 

Este incidente não é prejudicial à saúde. O que acontece é que a embalagem termina um dia mais cedo. Assim sendo, deve ser iniciada a nova embalagem também um dia mais cedo do que o habitual.

Outra opção é tomar um comprimido de uma embalagem de reserva da pílula, mantendo assim os mesmos dias de início e de término da pílula.

Se passaram menos de 4 horas desde a última toma: tomar um outro comprimido e continuar a tomar a pílula, da mesma forma e à hora habitual. É por isso conveniente ter em casa uma embalagem adicional para estas situações. Assim, a proteção contracetiva é mantida e não há necessidade de proteção adicional.

Caso não haja possibilidade de tomar outra drageia, por motivos de mal-estar intenso ou por ausência de uma embalagem de reserva, deve proceder-se como uma situação de esquecimento (ver resposta sobre esquecimentos).

Se passaram mais de 4 horas: a segurança contracetiva está assegurada, a proteção da gravidez mantém-se.

Se passaram menos de 4 horas desde a última toma: a segurança contracetiva está assegurada, a proteção da gravidez mantém-se. 

Se passaram mais de 4 horas, foram diarreias líquidas e mais de 5 dejeções:
é necessário tomar um outro comprimido (por isso, é conveniente haver uma embalagem adicional para estas situações) e continuar a tomar a pílula, da mesma forma e à hora habitual. Assim, a proteção contracetiva é mantida e não há necessidade de proteção adicional.

Caso não seja tomada outra drageia por motivos de mal-estar intenso ou por ausência de uma embalagem de reserva, deve proceder-se como uma situação de esquecimento (ver resposta sobre esquecimentos).

É frequente aparecerem pequenas hemorragias durante os primeiros meses de toma da pílula que correspondem ao período de adaptação do organismo. Estas hemorragias, geralmente pouco intensas, são chamadas de spotting e normalmente acabam por desaparecer. A pílula é eficaz da mesma forma e estas perdas de sangue não prejudicam a saúde.

Se o spotting continuar para além dos 3 ou 4 primeiros meses, pode haver necessidade de mudar de pílula. No entanto, a toma da pílula não deve ser interrompida até à consulta médica.

As pílulas diferenciam-se umas das outras, tanto pela dosagem como pelo tipo de hormonas que as constituem. Desta forma é importante que a pílula prescrita se adapte às características e necessidades de cada jovem.

Não existem estudos científicos que comprovem que a pílula contracetiva, por si só, engorde, contudo, cada pessoa reage de maneira diferente às hormonas da pílula. Se forem notadas alterações no corpo, nomeadamente, alterações significativas do peso corporal ou retenção de líquidos, deve ser consultado o/a profissional de saúde que prescreveu a pílula, para avaliar se é o método mais indicado.

A pílula não confere qualquer tipo de proteção em relação às IST's. Para esta proteção, apenas o uso do preservativo previne o contágio de algumas infeções. Quando usado em simultâneo com a pílula, passa a existir uma dupla proteção.

A pílula não interfere com a fertilidade. A partir do momento em que se deixa de tomar a pílula ou que exista uma situação que comprometa a sua eficácia contracetiva, a gravidez pode acontecer.

Não existem estudos científicos conclusivos. A utilização da pílula parece ter alguns benefícios para a saúde, nomeadamente, a prevenção de cancro no endométrio e no ovário, diminuição da ocorrência de doença inflamatória pélvica, da doença mamária benigna e de anemia. No entanto, a pílula contracetiva requer prescrição médica, pelo que deverão ser avaliados quaisquer fatores de risco para o seu uso.

Atualizado em: 12/03/2024

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